FAZER O LUTO DOS VIVOS: Helvia teve de o fazer, pelo filho Séneca, depois de ter suportado perdas brutais. Mas amanhã, os cemitérios, as repartições oficiais da coisa, não estarão em greve pelos vivos; crisântemos e fotografias, lenços e preto, almoços combinados há muito, palavras sempre certas porque sempre repetidas. Os velhos gostavam destes rituais, os mais novos já só enviam sms para o Além. O luto pelos vivos é o mais livre do calendário, sabia-o bem a pobre Helvia. Todos os dias é feito, confesso que sobretudo num sorriso que se abre para mim: amanhã estarás cá?
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