MELILLA II: Em tempos idos, a Europa preocupava-se com a emigração e não com a imigração. Franceses, ingleses e até alemães, que até 1817 taxavam com imposto as entradas e saídas ( costume alegremente retomado mais tarde pelos nazis, embora com motivos específicos), temiam a sangria que sobretudo a América causava. Os paraísos comunistas temiam a emigração para o mundo livre; lembram-se da anedota - Brejnev está a jantar, tarde, com uma deslumbrante bailarina e concede-lhe um desejo; ela pede-lhe que abra as fronteiras, ao que Brejnev responde: "Compreendo; queres que fiquemos absolutamente sós." Industrialização, modernidade, império, depois guerra, reorganização, culpa, esterilidade, riqueza. A colonização realmente imperial não durou mais de século e meio, e não deixou sementes excepto a destruição dos antigos equilíbrios regionais e uma melhor indústria de guerra tribal. A tudo isto o outro lado assistiu, mais ou menos indiferente. Mas foi-se multiplicando, empapado em governantes corruptos e contas (muito) antigas por saldar. Agora, olha por cima do muro ainda incipiente e exclama: por que não? As boas almas europeias, aferradas às regras antigas da alta cultura, tentarão explicar-lhes que há procedimentos, quotas, processos. Boa sorte.
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