PERÍODO DE REFLEXÃO: Confesso que não conheço muito bem as disposições legais sobre esta coisa espantosa a que os nossos deram o nome de período de reflexão, vamos lá ver se este tremelique nos dedos não viola nenhuma. Comecemos sem medo: começa a irritar esta mania dos jornalistas de ignorarem os blogues. Todos sabemos que os jornalistas (e muitos cronistas) passam o dia a vaguear pelos blogues à procura de um tema ou de uma inspiração, de uma ideia ou de alguma novidade para escreverem no papel no dia seguinte. Há gente que trata a coisa seriamente e faz referência aos blogues ou aos bloguistas, indica-os, explica com transparência a coisa. Há gente que não. Nuno Pacheco, no Público, redige todo um editorial baseando-se em coisas que retirou naquilo que apelidou sumariamente de «um dos muitos blogues portugueses». E parte daí para um emaranhado de linhas em que critica a forma de propaganda dos políticos, das políticas ou dos partidos. Pensará o leitor que há no texto algum indício de que blog se trata? Que há alguma referência àquele que lhe permitiu redigir o texto? Digo-lhe já, caro leitor, que não. Nuno Pacheco não entendeu relevante relevar quem lhe tinha dado a ideia do texto, não viu necessidade na necessária indicação da pessoa ou blog que lhe tinham dado a ideia da prosa, não lhe pareceu importante precisar aquele de quem precisou para escrever o editorial. Lemos o texto, sabemos que ele se iniciou num blog mas não sabemos qual. Não faz mal, a vergonha fica com Nuno Pacheco, que fica a parecer mais um daqueles que tem medo dos blogues, que os usa sem os referir, e quanto a isso ficamos entendidos. Mas se alguém souber de que blog ele se estaria a referir quando elaborou um dos textos que neste mês lhe porá a sopa na mesa, avisem-me que eu gostaria de visitá-lo. Ao blog, claro.
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