PERÍODO DE REFLEXÃO II:Daniel Oliveira, bloquista e antigo bloguista que se passou para o Expresso (quando este oportunamente o convidou no exacto momento em que no seu blog havia uma voz discordante), considera que este fim-de-semana "a província" vai a votos. Numa de politicamente correcto, não se esquece de transmitir a ideia de que a capital é igualmente provinciana, como o mais pequeno dos lugarejos, e que tudo se resume a rotundas, compadrios e amizades especiais com patos bravos. A coisa não espanta propriamente pois DO já deu a entender, na sua despedida dos blogues, que tinha alcançado o máximo a que poderia almejar (escrever no Expresso) e todos sabemos que quem está no Expresso considera tudo o resto província. São todos uns pacóvios. Acontece, Sr. Oliveira, que existe um país para além do seu certamente maravilhoso computador, um país que quer receber canetas, aventais (não necessariamente desses), "colantes", dar umas beijocas dos políticos, com sorte dar-lhes um ou outro "amasso" , enfim, o folclore como tão bem lhe chama. Mas isso, Sr. Oliveira, é o resultado da democracia, coisa que o Sr. Oliveira não gosta. O Sr. Oliveira irrita-se com o facto do povo utilizar a democracia e a liberdade para votar em quem o Sr. não gosta. O Sr. Oliveira detesta que as pessoas entrem neste folclore, que votem em quem lhes apeteça. Ao Sr. Oliveira interessaria mais que as pessoas votassem em quem apetecesse ao Sr. Oliveira, deixando assim as eleições autárquicas de ser uma coisa do género "a província vai a votos". É horrível, não é?
Não sei de que chão veio o Sr. Oliveira mas imagino que depois de se ter aburguesado com esta coisa de escrever no Expresso lhe cheirem muito mal as canetas, os aventais, as arruadas, os beijos repimpados, a liberdade de votar democraticamente no crápula que as pessoas entenderem. É uma chatice, não é Sr. Oliveira? São todos uns provincianos, somos todos uns provincianos que vamos a votos. Que coisa estúpida, isto da democracia.
PERÍODO DE REFLEXÃO III: Em jeito de pé de página, aqui deixo uma esperança ao Daniel Oliveira, do BE: enquanto existirem meios da comunicação social dispostos a fazerem discretamente fretes ao BE, pode-se sempre ter alguma esperança. É claro que não me refiro ao facto da TSF ter reproduzido quase na íntegra o discurso de hoje do seu presidente (ou lá como lhe chamam), mas sim à dissimulada forma de nas notícias se incluir sempre o BE antes do CDS e da CDU (cfr. Público, p. 10). São coisinhas destas que lhe devem dar ânimo ao pequeno-almoço.
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