Ó TEMPO, VOLTA PARA TRÁS: Uma das muitas coisas que a tarimba de um psicoterapeuta acrescenta à vida de bom rapaz, é a digestibilidade do tempo. Tantas vezes temos de mergulhar na história das pessoas, que nos habituamos a tratar de assuntos que ocorreram há dezenas de anos como se tivessem ferrado ontem. É assim que ando às voltas há meses com uma mulher que emigrou para França, deixando para trás uma filha de três anos; regressou já a rapariga era uma pré-adolescente, tendo crescido com a avó materna. Agora, no dia da mãe, no seu aniversário, no Natal, a pequena vai a casa da mãe1 dar uma prendinha, mas guarda os beijos e os bolos para a mãe2. A emigrante chora, gostava "de explicar". Eu bem lhe digo que o problema não é esse: somos aquilo que fazemos, não as razões por que o fizemos.
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