LA NOSTALGIE DE LA BOUE: Não é nada de especialmente novo na alta cultura imaginada ( sim, porque a outra, a real, jaz e arrefece); Los Angeles, Durban e Carpenter, já passaram por isto. Existe talvez, nesta mescla de imigrantes com segundas gerações que incendeiam carros a compasso de sms, uma apreciável franqueza, essa sim nova: não pretendem mudar nada, não pretendem fazer nenhuma revolução. Os que os podiam cavalgar - a esquerda radical, os nostálgicos de 68 - não o querem fazer, por medo de ficarem conotados com os meninos maus. Os que podiam fazê-lo - os novos imazighen - estão longe, por enquanto a sul de Melilla. Ainda assim, muito esforço será feito no sentido de representar a classe. Mesmo em França há ainda quem prefira os velhos dispositivos marxistas às teorias de Bourdieu sobre o campo social. Vai tentar fazer-se coincidir a classe construída - "jovens muçulmanos desesperados" - com "a classe real", que verdadeiramente ninguém sabe qual é. Pelo meio, a rapaziada que tira férias para ir apedrejar a polícia nas reuniões do G-8 perdeu o charme: parecem uns meninos de coro ( que é o que sempre foram).
Sim, estamos mais ou menos na mesma linha. A antiga noção de classe já só sobrevive precisamente na tentação de descrever o que não existe: quem são estes malandros? Quem os descrever, constroi-os. O seu outro ponto é aquele que mais me interessa: em nome de quê? Julgo que a tradição sacralizada vai dar uma ajuda, mas não será suficiente. Vamos ver...
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