A NOSSA VEZ (II)! O insulto apenas interessa para uma vez mais demonstrar que este governo (e, em particular, este Ministro) não sabe governar de outra forma que não seja ofendendo as pessoas e acicatando pequenos ódios entre os grupos ou classes, hostilizando a população contra cada um deles, à vez. Ora é contra os médicos, ora é contra os juízes, ou contra os militares, os enfermeiros, os professores do secundário, os farmacêuticos, os funcionários públicos em geral, enfim...
Só falta disparar contra os jornalistas (a primeira tentativa foi rechaçada por dois editoriais de José Manuel Fernandes, no Público, e o governo guardou cautelosamente a caçadeira), os professores universitários (lá chegará a sua vez de serem insultados como preguiçosos e obrigados a permanecer nos seus gabinetes universitários, ficando assim impedidos de permanentemente se passearem em comentários pelas televisões, jornais e blogues) e os deputados à AR (estes devem ficar para último, alimentados até ao fim com as migalhas que sobrarem do bolo). (cont.)
Temo, quanto aos professores universitários, a vaticinada obrigatoriedade de permanecerem nos seus gabinetes. Isto porque, na vetusta Faculdade de Direito de Coimbra, os gabinetes têm revelado uma assustadora tendência para serem substituídos por meros cacifos, de 40x40 cm. Ora imagine-se o contorcionismo que tal medida implicaria...
Prás gajas era bom.Suavizava-lhes as curvas e dispensava-as de torturas alimentícias.Agora prós gajos, admito que possa ser um tudo nada violento seguir o Kama Sutra em cacifos 40x40.Mas há sempre a hipótese de obrigar o " badalo " a fazer greve em circunstâncias tão ignominiosas. Esta, sim, justa.
Até hoje o Ministro só revelou uma deplorável ignorância da prática jurídica. Não só ignora os diversos processualismos dos diversos ramos de Direito como desconhece em absoluto a realidade prática das profissões forenses. Das leis toma-lhes a letra. Dos "estudos". toma-lhes os numeros.No caso presente estou à vontade : Conheço muito bem o "estudo" que subjaz a esta afrontosa tomada de posição. Contestei-o por escrito e pessoalmente ao autor, nos juízos criminais de lisboa. O "estudo" desconhece que a maioria dos representados (em procº penal a nomeação de defensor é automática)NUNCA comparecem a uma reunião com o defensor nomeado, que por via disso fica sem elementos para o defender; O "estudo" ignora o nº de procº com julgamento feito na ausência dos arguidos; O "estudo " continua a ignorar o nº de procºs onde a contumácia é declarada. O "estduo" parte do ridiculo pressuposto que o Recurso é obrigatório, nem que seja para o advogado mostrar trabalho...Muito fica para dizer, infelizmente.
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