POR ESSE RIO ACIMA: Recentemente, Rui Rio marcou uma conferência de imprensa para anunciar que, de futuro, só dará entrevistas por escrito e com condições previamente definidas (por ele, presumo). Embora se lamente tal comportamento convém ir um pouco a montante e encontrar as razões que, eventualmente, o motivam. Por um lado, temos os media como um poder. Mesmo entre os meios "de referência", directores de meios de comunicação não têm pejo em afirmar que não há grande diferença entre vender sabonetes ou um presidente da república. Outros não se coíbem de se arrogar uma importância política superior à do PR (e exercendo-a a gosto). Outros ainda, fazem primeiras páginas com base em intuições sobre as motivações de personalidades políticas. Aceitando o facto inelutável de que se trata de um poder de facto não sufragado, seria exigível que não fosse um poder "à solta" como hoje acontece. No fundo, sabendo-se que a auto-regulação - à semelhança de todas as corporações deste país - funciona como uma espécie de cosa nostra, e que a justiça pura e simplesmente não funciona, qualquer cidadão e, com maior acuidade, qualquer figura pública está "nas mãos" de tal poder. Assim, talvez se compreenda melhor a atitude de Rio. Considerando-se encurralado e não tendo acesso a um "poder semelhante" para poder contra-atacar, decidiu cavar uma trincheira mais funda.
Quem cava tricheiras pretende viver nelas muito tempo: não acredito que Rio consiga. Bom, mas o homem conseguiu fazer-se fotografar à entrada de Auschwitz, sorridente e bem-disposto. Quanto à forma, você tem razão: Rio é detestado pelos media/BE/fac.de jornalismo, porque é o unico político de direita bem sucedido, reeleito e sem problemas nos tribunais. Por enquanto...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.