'TÁ CALADINHO!: Quem assistiu à entrevista (interrogatório?) de ontem a Cavaco Silva na TVI logo percebeu o porquê de tanto silêncio. Mais meia-dúzia de entrevistas na Tv e a eleição fica renhida. No entanto, até ontem, sempre pensei que estas eleições seriam um passeio para CS. Os portugueses estão mesmo fartos de retórica e procuram alguém com uma imagem séria, trabalhadora, competente e entendida nos assuntos da economia do país. Independentemente de CS assumir ou não e de facto todas estas caracteristicas - por outras palavras, se o seu ataque à retórica política não for em si mesmo uma nova dose de retórica bem camuflada - é esta a sua imagem para a maioria dos portugueses. Neste contexto, Alegre e Soares não têm grandes hipóteses. Seriam candidatos fortíssimos em circunstâncias de prosperidade. Havendo dinheiro, os portugueses teriam a liberalidade de eleger um poeta ou alguém que, não percebendo muito de governação, sempre pega no telefone e fala com a rapaziada (sub-90) da imprensa parisiense. Não havendo, venha de lá o austero Cavaco. Assim se mantenha longe das câmaras e dos microfones...
Cavaco Silva, dada a sua competência e austeridade, é o homem necessário para dar estabilidade ao processo de precarização, desemprego, pauperização e miséria que Sócrates persegue corajosamente.
Falador ou silencioso, Cavaco é o homem certo neste momento para o país. O resto são fait-divers. Muito interessantes para conversas de salão e discursos superficiais de candidatos sem projecto, mas sem relevância para o destino do país. O homem não deu a melhor entrevista. Tudo bem. As entrevistas políticas em Portugal estão transformadas em quiz shows de contradições. Superficiais, sem contextualização, sem profundidade. Um entrevistado faz o que pode, no actual clima mediático que privilegia as opiniões de candidatos sobre o que os outros devem fazer (falar ou não falar) em vez de inquirir sobre as motivações e propostas das candidaturas.
Era uma vez um país maravilhoso, onde 100 famílias se governavam, um dia veio um furacão horroroso, que levou as 100 famílias pelos ares, pelos ares, pelos ares, a rodopiar, até que caíram estilhaçadas no chão, e toda a gente,"tadinhos, tadinhos deles, tadinhos...", toda a gente se pôs a colar os pedacinhos, depois de colados, deram 300,em vez das 100 iniciais.
Então, o Homem da Gasolineira (de acordo com uma sapiente-burra jornalista, da família dos "Silvas", portanto, já de cá, mesmo antes de isto ser "cá") foi fazer a rodagem de um carro até à Figueira da Foz, e disse: "Vêm aí fundos, vou-me instalar", e o dinheiro escorreu, escorreu, escorreu, parecia que havia um enorme ralo porque chovia, mas eram poucas as poças que ficavam no chão, e cada vez mais gente se pendurava no Gasolineiro, o chamado Princípio das Rémoras, que não se preocupavam com andar a palitar os dentes aos tubarões, e era a rémora Dias Loureiro, mais a rémora Leonor Beleza, mais a rémora do irmão e da irmã e do irmão da irmã dela, uma família de rémoras, e mais a rémora do Durão Barroso, e a rémora do Deus Pinheiro, e o Taveira, e o Eurico de Melo, e o Marques Mendes, e um dia essa porcaria acabou toda, já nem me lembro como (vejam no RTP-Memória), e veio o "Picareta", tentar distribuir pelos cágados aquilo que só os tubarões e as rémoras andavam a papar, o problema é que havia cada vez mais cágados, e rémoras e tubarões, e o dinheiro escorreu,escorreu,escorreu, parecia que havia um ralo, penso de que cada vez MAIS MAIOR, e um dia essa porcaria acabou toda, já nem me lembro como (vejam no RTP-Memória), e ficaram a boiar no lago milhares de rémoras e cágados e restos de fundos e tubarões. Portanto, isto já não é La Fontaine, é o Padre António Vieira, mas ao contrário, pelo que vou simplificar, sendo mais objectivo.
Na enorme Retrete Nacional, presentemente entupida, e com um sarro que vinha do tempo das Cruzadas, o Professor Gasolineiro deixou,com a maior das canduras (cof,cof,cof....) instalar-se uma segunda camada de sarro, o sarro cavaquista,s obre o qual, -- espantação geral!... ?- já uma terceira camada de sarro hoje se entranhou, o Sarro do Final dos Tempos, ou, como Píndaro diria, um sarro de um sarro. E todo esse sarro está agora a tentar amarinhar, por ali acima, com medo de se afogar no sanitário entupido. E é assim que eu vejo o Gasolineiro, a quem o eclipse, e eu, não agoiramos nada, mas mesmo nada, de bom.....
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