ALTOS & BAIXOS: Jerónimo de Sousa, um estalinista empedernido, consegue provocar em mim um sentimento de simpatia. Não, não sofro do complexo da avestruz ( título de um livrinho antigo sobre o sentimento de inferioridade dos intelectuais de esquerda face aos homens de mãos calejadas). A simpatia advém da coincidência em Jerónimo entre o que diz e o que faz ( não o que é, isso seria outra conversa). Com Soares acontece o oposto. Um senador da alta cultura, habituado aos salões e aos mapas, agora travestido de Jerónimo. Isto não liga nada bem. Mas pior é a sensação ( coisa que ocupa os psicólogos desde as experiências de Wundt no século XIX ) que se aproveitam dele. Esta crença que ele exibe que nos debates é invencível, esta estranha, porque entranhada, mania da superioridade parece-me enxertada. O bacelo talvez tenha sido importado pelos batalhões de supostos jovens esquerdistas universitários que por ele falam e escrevem: não tiveram pai ( Jerónimo é não é capaz, Louçã demasiado sagaz, Alegre tanto faz), viram-se para o avô. Eles comem tudo e não deixam nada?
Há pessoas que vêem as coisas como elas são e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?'' e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?''
Bernard Shaw
Continue sempre no segundo grupo de pessoas. Feliz 2006 para todos e obrigada pelos momentos interessantes que me proporcionaram em 2005!
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.