IMPRESSÕES DA BEIRA-RIO (I): Há já algum tempo que não ia à Baixa. Hoje reparei nas mandíbulas da nova "ponte pedonal" sobre o rio. Parece que não é mesmo possível fazer uma obra boa (o aproveitamento da margem direita do Mondego) sem a estragar de seguida com uma aventesma. Tinha visto a maquete da ponte e sempre supus que seria baixa, aninhada sobre a água, quase invisível. Mas não: é suficientemente alta para tirar a belíssima vista do rio que se estendia até à Ponte Europa, da Santa, ou lá como se chama. E feia. Quem for agora aos bares e restaurantes do rio verá reproduzido ali, em redução física, o casulo claustrofobogénico em que a cidade se tornou. É terrível perceber uma ponte como um corte. Valeu a exposição colectiva de fotografia no Quebra-Costas (gostei de um cristo lânguido deitado em frente a um crucifixo, de autor que não consegui identificar, e de um auto-retrato de André Bonirre), e os ritmos de Rui Murka.
Pois eu que sou um optimista, acreditei que a ponte ia ficar baixinha, sobre as águas, como dizes; e que depois vinham as cheias de Inverno e levavam a ponte e não se falava mais do assunto.
Para mim bastava que a ponte tivesse uma estrutura mais leve. Como está, dá ideia que é para passarem camiões e não pessoas (Ops! espero que nenhum responsável da Câmara leia isto e aproveite a ideia.)
Obrigado, André, pela informação. Luís, a minha ideia era a seguinte: a ponte, rasa, integraria um segmento levadiço, que os milhões de pedestres que a vão utilizar ergueriam, como parte do seu exercício, através de um sistema de cordas e roldanas, de cada vez que os barcos quisessem passar. Promovia-se o desporto, incentivava-se a cooperação cívica, etc.;) Agora a sério: se tem de ser assim, acho que preferia que não houvesse ponte.
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