MANUEL ALEGRE À PRESIDÊNCIA (I): Vamos então a isto, começando pelas dificuldades. Alegre, mais do que não ter uma máquina partidária, não tem o peso simbólico de Soares e de Cavaco; dito de forma crua, fora de círculos restritos, é pouco conhecido. Isto vai reflectir-se nas acções de rua, não tão irrelevantes como se julga: elas vinculam o espectador a uma ilusão de pertença, a uma categoria identitária. Como caçador, Alegre sabe que se não tem um braco para levar às perdizes, mais vale ir caçar coelhos. Com podengos. Assim talvez seja boa ideia os serviços de candidatura pensarem em poucas mas boas reuniões populares, em espaços abertos. Uma outra consequência negativa do anonimato é a tendência para gerar indiferença no eleitorado. Isto pode ser compensado por uma estratégia comunicacional menos defensiva do que a que tem sido seguida. Por exemplo, não ter medo ( até pelo efeito histérico que gera na candidatura de Soares) de insistir na matriz cultural-nacional. Abordaremos isto no próximo post da série.
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