MANUEL ALEGRE À PRESIDÊNCIA (IV): Escrevi aqui em tempos que não me interessava muito por estas eleições presidenciais: continuo a pensar o mesmo. O facto de escrever esta série de textos de apoio a um candidato não significa que tenha passado a vê-las como interessantes ( sou um mau apoiante). Simplesmente não entendo que Cavaco possua as características pessoais para o lugar, pois que se sentirá sempre espartilhado nos seus movimentos, e também me parece que mais uma vez dá todo o ar de quem está a fazer um frete. Soares teve o seu tempo; isto pode parecer excessivamente simples, mas as coisas, às vezes, são assim mesmo: excessivamente simples. Resta, obviamente, Manuel Alegre, o que não faz dele um excelente candidato. Ele é que poderá vir a ser um excelente Presidente, o que é algo completamente diferente. Como o poderiam vir a ser Jorge Miranda ou um Belmiro de Azevedo reformado da vida empresarial. Acrescento que a candidatura de Soares, que até pode vencer, tem revelado um aspecto perturbador. Lendo, vendo e ouvindo, lê-se, vê-se e ouve-se uma sobranceria desagradável, uma jactância que alguns qualificam de desesperada. Não tenho a certeza que seja desespero. Sei é que não me agrada nada a ideia de que alguém, só porque quer, se acha no direito natural de ter.
Não existe um poder presidencial de demissão directa do governo regional, mas o Louçã avançou com isso na Madeira, o Alegre no debate, concordou e para não ficar atrás até sugeriu a revisão da Constituição para impedir que o titular do Governo ficasse impedido de se candidatar durante um determinado período de tempo. Com grande aflição do Louçã, que assim não, não queria. Claro que sabemos que o que ambos querem é fazer demagogia barata?
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