QUANDO O SILÊNCIO É DE OURO: Que a derrota é sempre difícil de engolir já se sabia, o que eu não sabia era o que uma derrota podia provocar na mente humana, mesmo nas mais organizadas. Vem isto a propósito porque após o fúnebre silêncio de ontem, fomos hoje brindados com uma colecção de posts no Causa Nossa que são simplesmente deliciosos.
Vital Moreira começa o dia por se lamentar da que diz ser falta de grandeza, cultura e aristocracia (qualquer que seja o sentido que lhe queira dar) do candidato que ganhou as eleições presidenciais. Sim senhor, isto começa bem... vão realmente muito longe os tempos da ditadura do proletariado, as teses da igualdade não sei de quê, a destruição das classes burguesas e aquelas coisas todas que de tempos a tempos ainda ecoam nos nossos ouvidos.
Queixa-se depois da pequena margem pela qual Cavaco Silva venceu. Parece que, para VM, os outros só podem vencer as eleições se for por uma margem considerável, um só voto não conta. Têm de ser aí uns 500, talvez mesmo mil votos, para dar uma margem... Arrematamos a coisa por mil e quinhentos votos a mais para a direita e não se fala mais do assunto. A esquerda poderia ganhar com menos cem ou duzentos votos, na base do quase lá. Assim já era equilibrado. É que isto é realmente uma chatice, esta coisa de entregar o voto à população para ela fazer o que entender com ele. Depois elegem qualquer um por um. Temos de rever estas regras.
Dirige depois as culpas da derrota da esquerda à esquerda que, segundo dados só conhecidos do professor, foi quem se absteve possibilitando a vitória de Cavaco Silva (a dita tangencial, enquanto isso não for proibido). Nem acredito no que leio mas mesmo admitindo academicamente que a razão da vitória de Cavaco Silva se deveu à abstenção da esquerda (pretenderia esta mais candidatos? aqueles não lhe chegavam? pretenderia um leque maior de possibilidades de escolha?...), começar a indagar a estranha razão de tal facto talvez não fosse mal pensado.
Prossegue dizendo que a vitória de Cavaco Silva foi uma "vitória em queda acentuada" (confesso que não me importava de ganhar sempre assim, até no euromilhões) mas acaba por se congratular com a vitória de Cavaco Silva à primeira volta utilizando o mais bizarro dos motivos: para os soaristas não terem de votar na segunda volta no candidato Manuel Alegre, o tal que não tinha hipóteses nem apoio do partido mas que lhes infligiu uma "pesada derrota"...
Parece que seria muito difícil aos soaristas virem a votar em Alegre para impedir a vitória de Cavaco na segunda volta, o que permitiria a este último ganhar por uma margem muito maior (olha a maldade humana em todo o seu esplendor...), provavelmente os tais mil e quinhentos votos. Conclui, assim, que do mal, o menos. Excelente, é assim mesmo! O que é preciso é que estejamos todos contentes! Tudo está bem quando acaba bem!
Há 11 meses o PS teve 2.573.406 votos; agora, Soares e Alegre tiveram 1.903.066 votos, isto é tiveram MENOS 670.340 votos.
Há 11 meses PSD+PP tiveram 2.054.162 votos; agora, o Cavaco teve 2.745.523 votos, isto é MAIS 691.361 votos.
Há 11 meses o BE teve 364.407 votos; agora, o Louçã teve 288.216 votos, isto é MENOS 76.191 votos.
Há 11 meses a CDU teve 432.000 votos; agora, o Jerónimo teve 466.422 votos, isto é MAIS 34.422 votos.
A soma dos votos perdidos pelas candidaturas de Soares, Alegre e Louçã foi de 704.762 votos e Cavaco ganhou por ter tido mais 64.199 votos que os restantes candidatos...e o único candidato que de facto contribuiu para enfraquecer Cavaco foi Jerónimo! Mas não chegou para anular as perdas do Soares, Alegre e Louçã.
Meu caro VLX e que dizer da crónica, DRA Clara F.Alves no"diárioDigital"? É só odio;se Alegre ficasse atrás de Soares então é que era "lindo"de vêr claras, osórios,vitáis e outros que tais,mais os INTELECTUAIS do REGIME, a gritarem: expulsa, que é traidor!
ps:para esse fim têm o sr OSÓRIO:mas têm de lhe por um "sobretudo negro", tipo K.G.B...ficava-lhe a "MATAR", o resto já possui: sorriso cinico, oculinhos redondos,...
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