UM BOM FIM-DE-SEMANA: Quando estudava em Coimbra, o fim-de-semana começava à quinta-feira - quando não à quarta ou à terça. Hoje as coisas são ligeiramente mais complicadas e quinta à noite ainda se esfola para se prepararem os árduos ofícios de sexta. É duro, mas a agradável companhia do Piano Blues do Canal 2 leva a crer que este será um bom fim-de-semana.
E, realmente, esquecendo o miolo do dia de amanhã, prefiro imaginar-me já na sempre animada tertúlia no Cepa Torta, ao fim da tarde (ganhando forças para a noite, altura em que me distrairei com o melhor humorista desta país, José Pedro Gomes, a coçar onde é preciso. Só falta decidir onde convencerei os acompanhantes a ir cear demoradamente).
Sábado ruma-se a Coimbra, na solene e habitual peregrinação eleitoral. Conta-se encontrar velhos amigos e recordar histórias velhas. Aguarda-se também com expectativa o convívio simpático com a restante tripulação, enquanto houver oh oh oh e uma garrafa de rum ou, pelo menos, permissão para nos abeirarmos dela. Para este ano vou mascarado de Procurador Geral da República Gordo: comprei uns óculos novos com um bigode igualzinho e andei a treinar um olhar triste que fará sensação. Levo também uns cd's. Ninguém me reconhecerá.
Domingo é o grande dia! Vota-se, dão-se uns abraços à velha malta das mesas da freguesia de Almedina, e ala para a grande almoçarada familiar. Ainda não sei bem o que será o repasto (parece que não é coelho de cebolada para que ninguém repita o prato à noite) mas será seguramente bom, animado e pleno de alegre cavaqueira.
O resto do dia será história: far-se-á um brinde ao 3º lugar de Soares (talvez dois ou três...); à falta de votos mandar-se-á um abraço ao Manuel Alegre pelo seu 2º lugar (pessoa tão simpática, que pena aquelas ideias...) e felicitar-se-á convictamente o vencedor logo à primeira volta por ter tirado Belém da esquerda e irritado profundamente todo esse lado da política portuguesa.
Depois, às 7h05, já fartos - como todos os portugueses - de eleições, períodos eleitorais, campanhas e poliquices, rumaremos a nossas casas, sossegados e satisfeitos, para aguardar o irritante toque do despertador das segundas-feiras, que porá enfim fim a um bom fim-de-semana.
Uma mistura do gene da Maria (com a sua cabeleira hirsuta e sempre em desalinho) e o gene do Aníbal (sorriso prognático e rosto podado à faca, qual Adolfo Rocha -para me ficar pelos mitos cá da terra).
Mais campanha não posso fazer: levo-a estampada na cara...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.