GUERRA II: O post anterior com o mesmo nome relativo aos famigerados cartoons, ao referir a "sabujice politicamente correcta" e os "auto-induzidos complexos de culpa" - em contraponto à firmeza e convicção que a situação pedia - parecia adivinhar a lamentável posição assumida pelo governo português. Embora não fique espantado com o seu teor - quem sabe, não estará alguém a posicionar-se para um cargo de relevo que careça dos votos do mundo árabe - penso que se trata de uma atitude rastejante que nos cobre a todos de vergonha.
Penso que o Neptuno opina muito facilmente. Talvez o alguém a quem se refere tenha mais conhecimento da complexidade do caso do que o Neptuno. Eu não sei quem disse ao Neptuno que o seu contexto socio-cultural é melhor que o do Outro, mas estou certa de que se um Outro vier dizer que o seu contexto é muito melhor que o do Neptuno esta posição nunca será aceite pelo nosso Neptuno. Assim sendo, pergunto, por que carga de água o Outro não pode fazer o mesmo que o Neptuno faria? A verdade do Neptuno é melhor que a de Poseidon?
Também não concordo com as caricaturas. E também não penso que a liberdade de expressão seja um valor absoluto. E Portugal, enquanto Estado, terá essa mesma posição, ao proibir a utilização de simbolos fascistas (embora se permitam os simbolos comunistas). Agora, numa situação em que representações diplomáticas europeias são atacadas, em que se queimam bandeiras e em que se condenam à morte os autores das caricaturas, o mínimo que um estado europeu deve fazer é reforçar a sua confiança e convicção no contexto civilizacional em que se situa, condenando a reacção selvagem e medieval de pessoas para quem é natural matar em nome da religião. Se há algum denominador comum numa "civilização europeia" é uma boa altura de o demonstrar. E não o inverso. Ou será que alguns ainda estão a pagar a factura das cruzadas?
(1º anonymous) Pois, obviamente que não é aceitável a reacção violenta que estamos a assistir, agora a questão é responde-se com mais violência ou tenta-se pôr ´gua na fervura até haver condições de diálogo mais frutífero? E, caríssimo, as Cruzadas? Onde isso já vai, se me dissesse que depois das cruzadas nunca mais tinha havido incursões na área...mas... quem criou Israel, quem alimentou Saddam, quem pôs no poder o Xá, quem vai alimentando uma série de governos tendo como contrapartida petróleo? Temos de ter consciência das causas das coisas. Por enquanto há só um planeta que tem de ser compartilhado, bom senso precisa-se
Não defendo uma solução de guerra no sentido convencional de tiros, bombas, etc. Mas defendo que é preciso admitir esse cenário e que há, de facto, pessoas que estão em guerra com a nossa civilização. Perante isso tem que haver firmeza na defesa dos nossos valores e é preciso demonstrar a esas pessoas que não abdicaremos de lutar por essa civilização. E penso que será mesmo essa a melhor estratégia para evitar um confronto propriamente dito.
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