JUSTIÇA: Tenho-me deliciado com a leitura da "História Geral dos Roubos e Assassínios dos Mais Notáveis Piratas", livro que teve a sua primeira edição em 1724, da autoria de um enigmático Capitão Johnson de quem nada se sabe, suspeitando-se mesmo que o próprio terá sido um pirata. A páginas tantas, o autor descreve um julgamento (pirata) de três piratas acusados do horrendo crime de deserção. O "tribunal" é o próprio navio do Capitão Roberts, o chefe do grupo de piratas a que esta pequena história se refere, a qual nos mostra que a famigerada crise da justiça é intemporal e internacional: "Aqui era praticada uma forma de justiça com os mesmos preceitos de vários outros tribunais cujas acções têm legitimidade legal sancionada pelas autoridades. Aqui não havia indagações do conselho e o suborno de testemunhas não era prática conhecida entre estes homens; não havia escolhas fraudulentas de júris nem se torturava ou retorcia o sentido da lei, e ninguém tentava confundir deliberadamente a causa em julgamento com termos ininteligíveis e inúteis minúcias; nem as sessões eram forçadas a suportar o fardo causado por excessivos funcionários, ministros da depredação e da extorsão, com tantos aspectos negativos e agoirentos capazes de afugentar até Astreia dos tribunais."
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