MEDALHAS: Ao fim de dez anos, não me conformo com o facto de nenhum marinheiro desta embarcação ter sido presenteado com uma prebenda por parte de tão esbanjadora entidade como seja o estado português. Assim, só me resta assinalar o não evento com uns singelos contos da vida real: I. A TETRANETA DE MAE WEST Antigas namoradas. Como é que lidamos com elas? Nada mais queremos com elas mas, quando as encontramos, não queremos nada a menos. Entrei ao acaso naquele bar, na Cioga do Monte, e lá estava a Vanessa, com a mesma cara (e corpo...) com que a deixei, naquele dia 25 de Abril em que decidi ser alguém na vida . Vinte anos depois, com a confiança inerente a um bem engomado fatinho novo e a uma invejável carteira de seguros, avancei com confiança para aquela criatura que tanto me intimidara no passado. O verbo - como tudo o resto - continuava fácil: "Olá Alfredo! Que é isso que tens no bolso? É um télémóvel ou t'ás contente por me rever?" "Nada disso, filha! Para além do "bipe" a única coisa que tenho neste bolso é a Ordem de Santiago!" II. MÚSICA NO CORAÇÃO João é uma estrela em ascensão no firmamento da música moderna. Ele é entrevistas, viagens, gajas e quê! Um dia acordou num charco de vómito e pensou: o que seria dos portugueses se eu não tivesse comigo a Ordem da Liberdade!" III. A HORDA DO ELEFANTE Susette sabia, a custo, que a sua vida seria um monumento ao anonimato. Que nada do que fizesse ou pensasse - caso isso algum dia ocorresse - seria, eventualmente e porventura, digno de registo. Até aquele dia de Natal em que, inadvertidamente, encetou um Bolo Rei de um cliente. Desde então, carrega sobre as mamas a reluzente Ordem do Infante.
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