CIAO SAMPAIO, OLÁ CAVACO: No dia em que se celebra o fim dos mandatos de Sampaio, ainda há espaço - para além das inúmeras postas que fui escrevendo sobre o mesmo tema -para algumas notas sobre o presidente cessante. Ouvi, numa reportagem da TVI, que de acordo com os resultados de uma sondagem efectuada pela estação televisiva a maioria dos portugueses espera que Cavaco seja mais interventivo do que Sampaio. Que estranho! Parece que os portugueses esperam que o presidente seja mais do que um mero cronista, que se limita a constatar e comentar as ocorrências da vida portuguesa, como qualquer outro português no seu círculo de amigos ou conhecidos, no café do bairro ou no trabalho, sem quaisquer consequências práticas. Afirmou Sampaio, numa entrevista publicada recentemente no DN, que agora compreendia melhor Guterres. Mais do que compreensão, em termos meramente políticos penso mesmo que se trata de uma clonagem. Ambos são incapazes de "cortar a direito", de tomar qualquer atitude susceptível de ameaçar o mais leve confronto. Por outras palavras, ambos são escravos dos consensos, preferindo o desvio, o esquecimento ou, na maior parte das vezes, o adiamento a qualquer sombra de confrontação. Guterres a PM e Sampaio a PR foram um verdadeiro "não mata e não esfola", trazendo consensualmente o país ao estado em que actualmente se encontra. Hoje foi a tomada de posse de Cavaco. Nada de mais a assinalar a não ser o facto do discurso de Cavaco não contar com os aplausos da esquerda totalitária. No lugar de Cavaco ficaria contente com esse facto pois não é bom sinal ser aplaudido por pessoas cujo ideal de democracia não é exactamente aquele que se desejaria numa sociedade moderna e ocidental. No entanto, atendendo ao teor consensual das generalidades proferidas por Cavaco e atendendo à cerimónia em questão, penso que tal atitude não tem grande fundamento político, apenas relevando de regras elementares de boa educação.
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