GUERRA CIVIL: O bebé, agarrado às entranhas da mãe, contorcia-se como um dejecto e não havia luz na pequena cabana. O homem da pistola, modorrento, olhava para mim e para a mulher sem conseguir articular uma palavra que não fosse na sua língua. A situação era delicada. O bebé lá se soltou e, como se a mãe estivesse agachada, caiu no chão de terra batida. Uma nuvem de pó sucedeu ao som rouco do impacto do pequeno corpo; sobressaltado, o homem disparou e acertou no pequeno corpo. A mulher ficou imóvel e silenciosa. Eu, claro, também. O bebé, ou o que restava dele, quedou embrulhado numa massa de fiapos de carne vermelha e escura, salpicada de terra, qual almôndega muda. A situação mudou. A água, que tacitamente estava destinada ao que haveria de nascer, ficou de súbito disponível. O homem da pistola levantou-se e pontapeou a mulher que não mais se mexeu. Pegou na garrafa, acenou-me e foi para o seu canto. Em troca, fiquei com sede mas vivo.
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