NA CADEIA: Os polícias entraram e apreenderam-me o pénis. Alguma comoção, inevitável. As minhas tias vieram visitar-me nesse mesmo dia e mostraram-se compreensivas, mas eu estava desconsolado. Na manhã seguinte fui visitá-lo, depois de cumpridas as formalidades. Não me deixaram levar-lhe revistas e roupa. Também não me deixaram entrar com o meu anel, "em benefício da segurança do detido". Não durmo só de pensar no que ele sofre. Foram criados juntos, nunca dormiram uma noite ao relento, não dispensa um afago antes de ir dormir. E depois imagino-o, sozinho e pequenino naquela cela fria, rodeado de pessoas pouco exigentes. Dizem que o seu crime foi o de excesso de personalidade. Mentira. Nunca teve nenhuma.
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