O MUNDO DE JODIE FOSTER: É o mesmo, em Panic Room e em Flightplan. Ela é uma mulher divorciada/viúva com uma filha. Sozinha, seja porque o homem não lhe liga ou porque morreu. Em ambos enfrenta e derrota perigosos malfeitores - ladrões num filme, terroristas/piratas aéreos noutro -, sendo que a vida da criança está sempre em risco. Os homens ou são maus ( os malfeitores) ou não acreditam nela: o ex-marido num caso, o comandante de voo noutro. Ela prova em ambos os filmes que é uma mãe extraordináriamente protectora. Por que motivo uma mulher lésbica tem de provar que é uma mãe excepcional? Provavelmente porque só exagerando as suas qualidades poderá ser aceite: efeito de retorno ao ponto médio. Mas sobra um problema: insistindo na condição heróica, chama a atenção para a condição excepcional, quase diria, bizarra. Não sei se a Jodie tem uma agenda destas, mas se tem, mais valia que interpretasse na tela o papel de uma mãe lésbica normal. E o que é uma mãe lésbica normal? Uma mulher que tem amigos, que não está sozinha contra o mundo, que não derrota piratas aéreos nem perigosos psicopatas. Chama-se efeito de normalização, mas talvez Hollywood não lhe pagasse o filme. Eu ia vê-lo.
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