QUANTO MAIS PERTO DA MORTE MAIS ALEGRE: Descoberto num exemplar da Rumo, de Novembro de 1957, um texto de Ruy Belo sobre Sebastião da Gama, desaparecido aos 27 anos.. Poeta temente a Deus, não entrou para o panteão nacional, já se vê. Ruy Belo não o diz, mas decerto que me perdoaria a interpretação: Sebastião incorpora um pedacinho de estoicismo - que sede é esta que temos / que é mais água do que sede; tanto quanto me faz sorrir desalmadamente:
E o nosso quarto? Agora podes dar-me teu corpo sem receio ou amargura. Olha como a Senhora da moldura sorri à nossa alma e à nossa carne..
Filipe, também gosto muito do poema que citaste, mas não vejo onde é que está o estoicismo. Até nisso o Sebastião da Gama é profundamente cristão: a imagem da sede que Deus faz nascer no homem - e que só Deus pode saciar - aparece muitas vezes na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento. P.S. A blogosfera é uma caixinha de surpresas. Já descobri que há mais dois chesternonianos em Portugal além de mim (o Tiago Cavaco e o Fernando Cruz Gabriel). Agora descubro um contemporâneo que leu a Rumo... Que boas novas me estarão ainda reservadas?
Grande Pedro: o delicadíssimo tema das relações entre o estoicismo e o cristianismo dá pano para mangas ( e como sabes até se liga ao que andámos a discutir). Já o trouxe aqui mas a ele voltarei, graças à tua interpelação. S.Agostinho, sempre ele.
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