TOUJOURS EN INSTANCE: Tanto quanto se sabe, a história é verdadeira: Blanchot esteve a segundos de ser fuzilado pelos alemães, no dia 20 de Junho de 1944. Encostado ao muro da sua casa, em Quain, Saône-et-Loire, terá sido miraculosamente salvo por camaradas da resistência. Desde então, Blanchot considerou que morreu nesse dia. Nacionalista e anti-parlamentarista na Combat, acabou anti-colonialista, mais próximo das suas raízes judias e quase anarca, recusando a publicação de qualquer imagem sua. Personagem contraditório, ainda bem, mas do qual nos interessa de sobremaneira o regresso, naquela tarde de 1944, ao o instante da sua morte. Não é tanto a sorte mas o que ela obriga. Saber viver, depois de termos sido poupados, é uma espécie de gratidão para com o muro. O lugar está à nossa espera e aquele que simplesmente acumula anos, em vez de experiências como a de Blanchot, deve tê-lo toujours en instance.
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