SÉRIE " OS EUA E O NARCOTRÁFICO" (V): Terminemos a secção sul-americana com um rápido birdview sobre a história dos carteis e com uma previsão de carácter geral. Hoje dois carteis, para a semana o último ( a bem dizer não será apenas um) e a tal previsão. A cocaína era vista pelos americanos nos anos 70 como uma droga relativamente inofensiva: antes que a Time de 1981 trouxesse na capa um elegante copo de martini a transbordar com cocaína sob o título "High on cocaine", já o dr.Bourne, que tinha ajudado Carter na campanha presidencial de 76 (e se tinha tornado entretanto Special Assistant for Health Issues), apelava à mão leve para com a droga. Em breve seriam os tempos do crack, como já aqui referi, e do início mediático da aventura dos carteis. O Cartel de Medellin, cujo nome mais conhecido era o de Pablo Escobar, integrava ainda os irmãos Ochoa ( Juan David, Jorge Luis e Fabio) e Juan Rodriguez Gacha. O seu período de ouro foi a década de 80 e digamos que foi a organização certa, no lugar certo e na altura certa ( os tempos do crack). Como dissemos noutros posts da série, a aliança entre os EUA e os regimes peruanos e bolivianos teve como resultado uma cada vez maior inacessibilidade das zonas cocaleras: o cartel de Medellin colheu os frutos. A cocaína era introduzida nos EUA através das redes mexicanas de tráfico de marijuana, os mexicanos pagos à percentagem. Na linha de sucessão aparece, ainda na Colômbia, o Cartel de Cali. O departamento de Estado e a DEA cercaram o cartel de Medellin ( o orçamento da DEA quase duplicou entre 1980 e 1985), Escobar e Gacha morrem (1993) e os irmãos Ochoa capitulam. Foi o tempo das operações Swordfish ( 1980) e Pipeline ( 1985). O cartel de Cali era comandado pelos irmãos Orejuela, por José Londono e por Helmer Pacho Buitrago. Nessse gloriosos tempos, Boeings 727 atestadinhos de cocaína aterravam em várias cidades mexicanas, a droga seguindo via terrestre para os EUA. O cartel é decapitado, Londono é preso em 1996 e os manos Orejuela em 1995. Os mexicanos tomam as rédeas e a história recomeça.
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