CHAPÉUS HÁ MUITOS: Ontem foi Louçã: "O Presidente da República tem sido extremamente passivo e alinhado com a governação de Sócrates". Verdade seja dita que quem durante a campanha eleitoral agitou permanentemente o fantasma da luta de galos, não foi Louçã: foram os meninos (e outros com idade para ter juizo) da candidatura de Soares que tomaram o povinho por parvo. Note-se a contribuição de Louçã para a geometria descritiva de carácter libidinal: "passivo alinhado" não lembrava a Reich.
Pela Noite e pela Madrugada - o "Roteiro da Ciência" de Cavaco Silva
De acordo com o étimo grego, as "mathemata" eram "tudo aquilo que se podia ensinar".
Desse ponto de vista, o burro velho que dificilmente aprenderia qualquer língua -- Portugal -- não se integraria nas "mathemata", mas não será por aí que aqui divagaremos: mais modestamente, Cavaco irá explicar aos Portugueses o pouco daquela Ciência Pura que sustenta lá em casa, Maria -- um dos meus "fetiches" -- simultaneamente um fenómeno de sobrevivência semântica, à la Saussure, já que ela conserva intactamente o seu significado de galhofa e anedota ambulante desde que a conhecemos; do ponto de vista das "mathemata" visuais, pouco mudou: é a mesma maria, modesta e modista, de há vinte anos atrás. Eventualmente, torcerá um pouco mais as mãos agora, sempre que a vemos nas primeiras filas dos discursos de banalidades do cônjuge.
Consta que foi uma Senhora do Lançamento dos Búzios que lhe disse, "vá, faça isso, faça assim, torça sempre as mãos, o pior que lhe poderia acontecer era ter agora o seu marido a repetir aquele treco da bocarra escancarada"...
Maria ouviu, e cumpre.
Maria é também um fenómeno de resistência química, de acordo com Lavoisier, já há muito deveria estar entre o perdida e o transformada, mas não, continua termodinamicamente igual a si mesma, uma tábua de engomar com curvatura (um discreto coseno lombar) lá pela altura das cervicais.
Boa como o milho.
Metafisicamente, é também um fenómeno de transcendência: sempre que ela surge, há uma Aura de Retrocesso que invade a cena toda: é uma espécie de Gertrudes Thomaz, na era da Banda Larga.
Por outro lado, e cronologicamente, o Roteiro para a Ciência já começou há dias, quando o Aníbal foi a uma escola da Margem Sul do Tejo, e se viu na televisão, a cirandar, a cirandar, rodeado de falsos alunos, engravatados, mais parecidos com os lotes de panascas do São João de Brito e do Planalto do que com os filhos suburbanos do Cóccix Europeu. Teve, então, o Grande Timoneiro, uma frase lapidar sobre a sopeira que está à frente da Educação: "deixem a senhora ministra trabalhar, para ver se dá certo..."
"Para ver se dá certo...", et voilà, é a própria essência do Método Experimental, base e raiz de toda a verdadeira Ciência.
Há 500 Anos que andamos "a ver se dá certo". E deu certinho. Deu na Cauda da Europa.
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