DESINTEGRACIONISMOS: Conta o Público que os jornais luxemburgueses (nomeadamente, o Tageblatt e o Jeudi, que não consegui ler on-line) publicaram alguns editoriais incomodados com o "chauvinismo" dos festejos e das bandeiras portuguesas, vendo neles um testemunho de "infantilidade", de "não-integração" e, mesmo, de "segregacionismo". Quem assim celebra, segundo Danièle Fonck, "não percebe que se solidariza com o seu país natal em detrimento do país de acolhimento". Deixemos de lado o facto mais óbvio - não sucedia nada de tão excitante no Grão-Ducado do Luxemburgo desde que Juncker foi falado como possível Presidente da Comissão Europeia - e transponhamos a situação para Portugal. Imaginemos que o Brasil, Cabo Verde ou a Ucrânia iam somando vitórias num Mundial de que Portugal não participa. Exceptuando as 27 pessoas do costume (que seriam respeitosamente filmadas e entrevistadas pela TV), não vejo ninguém que se melindrasse com bandeiras e cortejos de vitória das respectivas comunidades. Nem nos jornais. O que vejo é um bom pretexto para largas confraternizações globais bem avinhadas e um possível aumento dos casamentos mistos. A ideia aqui, boa ou má, é que as graças e as vitórias de quem cá vive nos aumentam. De modo que a encomenda pode bem ser devolvida à procedência: "segregacionismo" e "não-integração" é não saber partilhar as alegrias de quem convive connosco. Mas é difícil explicar a um luxemburguês o que é ser emigrante. E é impossível explicar-lhe o que é ganhar jogos na fase final de um Mundial.
Plenamente de acordo. Um país jamais deverá questionar a lealdade de um emigrante ao seu país de origem.
A única ressalva que poderá explicar esse ressentimento por parte do país que recebe o emigrante, era caso houvesse um confronto entre uma equipa do país de origem com a do país em causa.
Mas a situação mais bizarra deve ser vista na perspectiva do próprio emigrante e na sua relação com o país de origem (como aliás já abordei no meu blog, em: http://desculpeqqc.blogspot.com/2006/06/ainda-no-entendi-mentalidade-emigrante.html#links)
Será que o emigrante tem de facto motivos para comemorar a vitória do seu país de origem, ou apenas o faz dentro do contexto de se evidenciar, característica tão comum ao emigrante português?
Discordo plenamente... 1. a bandeira portuguesa e´horrivel! breguissima,doi os olhos so isso justifica a reclamação. 2. portugues vive em tribo sim. 3. nada igual ao nacionalismo barato que se instalou em portugal.
Este Jordão cometeu a proeza de encostar o Pedro Caeiro (!) aos "nacionalistas". Nada a que eu não esteja habituado, mas julgo que para o PC é uma estreia.
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