LEVAR A CARTA A GARCIA: Já não ao general da guerra hispano-americana pela posse de Cuba, mas ao repetente presidente peruano, Alan García. O potencial peruano de produção de folha de coca é tradicionalmente poderoso. O departamento de La Libertad fornecia por volta de 1900 à Coca-Cola a famosa Merchandise nº5, ingrediente "secreto" ( feita à base da folha dita de Trujillo) da famosa fórmula imperialista. Esta folha foi limpa do alcalóide a partir de 1903 e alguns historiadores, como Gootenberg, acreditam que os EUA nunca favoreceram excessivamente a importação da cocaína pura peruana. Seja como for, e como já aqui dissemos, a pressão americana na Colômbia tem ressuscitado o filão peruano. O que sobrou do Sendero Luminoso, segundo relatava o Washington Post, de 22 de Março de 2003, está desde essa altura a construir depósitos estratégicos ao longo do Apurimac e do Alto Huallaga, em estreita colaboração com traficantes colombianos. O coronel Benedicto Jimenez, que capturou o líder do Sendero, Abimael Guzman, em 1993, calcula estarem reunidas todas as condições para o surgimento de uma aliança produtores-terroristas à maneira das FARC colombianas. Talvez não seja bem assim, já que as FARC cresceram a partir da guerra civil de 1948-1953, devidamente enquadradas do ponto de vista ideológico e doutrinário. O Peru de hoje vive noutro mundo, mas a previsão de Jimenez pode vir a revelar-se parcialmente correcta. As comunidades agrícolas do Apurimac têm vindo a organizar-se numa confederação que já conta com cerca de 500.000 membros: o seu objectivo é preservar a coca peruana como "património cultural", retomando o refrão do vizinho Evo Morales.
FNV escreve posts de grande actualidade cuja última informação conhecida é do Washington Post, de 22 de Março de 2003, vá lá, Pacheco Pereira dizia há tempos que só lia livros dez anos depois de terem sido publicados
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