OS URSINHOS CARINHOSOS: É um facto que, e fiquemo-nos pela Europa, uma significativa parte do dito pensamento de "esquerda" foi sempre benevolente e compreensivo para com o terrorismo: a ETA "respondia ao terrorismo de Estado" ( como afirmava o dr.Louçã sem complexos e isto já em plena democracia) e o IRA ao colonialismo britânico. A Acção Directa e as Brigadas Vermelhas encarnavam um ideal revolucionário, talvez excessivo, mas enternecedoramente compreensível face à corrupção burguesa. O velho Sanguinetti foi mais longe e atribuiu o atentado da Piazza Fontana e o rapto e assassínio de Aldo Moro ao "estado" italiano. É assim que essa mesma "esquerda" desculpa hoje as diatribes islâmicas. Ou seja, atribui a responsabilidade da sua existência (e os mortos que causa) ao Grande Satã e aos seus lacaios e aliados.
É isso mesmo. E até já houve uma altura em que Israel também era uma "bandeira" da esquerda ternurenta. Ficou só a faltar uma referência às FP 25 de Abril, com quem, pelo menos uma determinada esquerda, pactuou com o seu silêncio e apoio velado.
Isso é tão verdade como dizer que o pensamento de "direita" teve sempre muita compreensão pelo esmagamento dos movimentos de auto-determinação dos povos, que passam de terroristas a "parceiros credíveis na construção da paz" com alguma facilidade (ANC, Fretilin, OLP, etc.). Mas enfim, a palavra "terrorista", como todas as outras, é livremente apropriável.
É verdade, Pedro. No sentido colonial, sem dúvida. Não me parece é que seja interessante misturar os IRA, ETA, FP-25, Brigadas Vermelhas e quejandos, que viviam as delícias de Cápua da sociedade burguesa, com os movimentos de libertação colonial. Ainda que muitos destes estivessem impregnados de tudo menos do "espírito de libertação", como se veio a verificar.
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