FURA-VIDAS: Os açorianos assustaram-se mais com a histeria mediática ( que nada resolveria se o caldo tivesse entornado) do que com o furacão propriamente dito. É caso para dizer que, desta vez, a culpa foi do mensageiro.
uma pequena correcção: os açorianos riram-se da histeria mediática, a que já estão habituados, e tomaram as precauções devidas para quem sabe que é muito ténue a fronteira entre a passagem de um furacão ao largo, no oceano, ou directamente por cima de uma ilha. A meteorologia, nestes casos, assemelha-se mais a uma lotaria.
Não posso estar mais em desacordo! O bom-senso dita que mais vale prevenir do que remediar. A história recente já nos deu vários exemplos; a não utilização da informação atempada japonesa sobre o Tsunami que ceifou cerca de 300.000 vidas, o descrédito da população de New Orleans sobre o perigo do Katrina, e outros exemplos que se poderiam enumerar. Felizmente o Furacão não teve consequências humanas, embora as houvesse materiais. Os açorianos, esses, já estão habituados a catástrofes e agradecem a ajuda. A meteorologia não é uma ciência exacta, mas utiliza técnicas científicas para predizer o acaso. Passa-me o mesmo com a psicologia, mas não é por isso que deixam de dar consultas! ;) Sabes, podemos aferir o grau de desenvolvimento de um País pela sua capacidade de reacção a uma catástrofe. Falo aqui da antecipação, mecanismos de prevenção e de apoio nas dimensões da protecção civil, saúde, infra-estruturas, meios de comunicação (não só os media), solidariedade social, etc. Pensando bem, nem estivemos mal!
A histeria mediática não resolve nada, basta ver o que se passa no caso dos fogos. E o meu post falava apenas da histeria mediática, não de protecção civil.
Isto da histeria mediática é complicado, existe muita coisa em jogo, ou seja, enquanto se fala do suposto furacão nos Açores ninguém dava atenção há notícia do surgimento de novas taxas moderadoras, com as quais eu concordo, ou ao problema entre a ministra da educação e os profs.
Caro Filipe O meu comentário referia-se à denominada histeria mediática! Tentei explicar-te que não foi histeria, bem pelo contrário. Felizmente o centro do Furação passou ao largo de St. Maria, se tivesse passado na ilha eles não se queixariam só de terem perdido alguns telhados. Quanto aos fogos é notável o que se conseguiu este ano. 55 mil hectares ardidos contra 300.000 o ano passado, sabendo-se que a média dos últimos 5 anos foi de 150.000. Acresce ainda que este ano foi o mais quente de que há memória, com várias vagas de calor. Nada como colocar a GNR no combate inicial aos focos de incêndio; o incendiário teme ser apanhado e os bombeiro ficam mais disciplinados. Já viste que este ano foi a primeira vez que não ouvimos reivindicações dos bombeiros? Estou-me a cagar na política, mas que este esquema operacional funcionou, funcionou! Fiz há uns dias um post sobre os comentários do Pacheco Pereira sobre este tema, se quiseres dá uma espreitadela! Abraço
Não concordo nada com a histeria mediática. Como bem disseram, mais vale prevenir que remediar. É por causa de pensarmos que as tragédias só acontecem aos outros é que as pontes às vezes caem...
Mesmo hoje, no nosso pobre mas abençoado cantinho, talvez se devessem tomar alguns cuidados. A Galiza está em alerta vermelho, a protecção civil espanhola emitiu avisos para Astúrias, Cantábria, País Basco, ... até Madrid e Catalunha.
Se os meus caros amigos teimam em confundir aberturas gongóricas de telejornais com políticas de prevenção de catástrofes, é lá com vocês. Espero não estar cá no dia em que, apesar das estridentes cornetas mediáticas, se venha a saber que afinal não havia ambulâncias suficientes, que não havia coordenação entre os vários dispositivos, que as ribeiras não estavam limpas, etc, etc...
De facto, os media pelam-se por uma boa eventual catástrofe, sobretudo em dias de agenda entediante. Mas também é verdade que a cobertura mediática de uma possível catástrofe «obriga» as autoridades a saírem do messenger e dos mails eróticos e tomarem medidas de prevenção antes da casa roubada. Todos sabemos que a cultura do facilitismo é um atradição antiga em Portugal e não só. Por outro lado, talvez fosse mais sensato abrir os telejornais com coisas mais importantes e não «histerizar» tanto com o eventual furacão. Mas o tempo (weather), em televisão rende... enfim um equilíbrio difícil. Por sinal, a SIC Radical vai estrear a 3 de Outubro, a seguir ao jantar, uma série da BBC chamada Broken News (em português Notícias Frescas - vá lá saber-se porquê). Aquilo é uma espécie de zapping entre canais de informação. Eu vi uns dois episódios e, num deles, o alegado desaparecimento de uma ilha no Mar de Barents potencia uma paranóia de catástrofe futura global em todos os canais de notícias europeus de levar às lágrimas. Os tiques estão lá todos. Claro que nos canais de notícias americanos, os tipos não ligam a mínima ao que se passa na Europa eheh um must. Não sei se os jornalistas portugueses vão gostar de se rever naquela série... gostava de ser mosca.
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