ACTUALIZAÇÃO CINÉFILA: Dois filmes seguidinhos para nem dar tempo para respirar. Em The Black Dahlia falta ali qualquer coisa (ou até muito). Por exemplo uma ideia clara de como filmar aquela história. Talvez a ideia fosse manter os espectadores em suspenso para um grande momento final de revelação. Se assim era, flop total, porque a história arrasta-se de forma confusa para, de súbito, se resolver atabalhoadamente. Para além disso, irritam histórias de mistério, como é o caso, em que aos espectadores não são dadas informações suficientes para poder formar hipóteses verosímeis (que saudades de argumentos tipo Os Suspeitos do Costume !). Sentimo-nos vítimas e presas da omnipotência dos feitores do filme. Pior ainda é quando este engodo é tosco e se topa a léguas. Talvez não fosse mais que um exercício de suspense, género em que De Palma tem provas dadas. Se era disso que se tratava, o nosso Brian já viu melhores dias, porque as cenas de suspense são fraquinhas, sem intensidade. Sem o sangue que corre e a brutalidade dos crimes, a coisa nem um suspiro provocava. Há uns bons truques com a câmara mas, enfim, nós já sabíamos que o Mr. De Palma tem recursos e talento (fica aliás a sensação de que já vimos aquilo). Claro que há a Scarlett, o que só por si justificaria estarmos ali especados aquele tempo todo mesmo que não se passasse nada (infelizmente não aparece muito e o papel não lhe faz justiça). A melhor coisinha do filme acaba por ser o surpreendente desempenho de Hillary Swank como milionária perversa e ninfomaníaca. Para que a noite não fosse só de lamentos, All the King's Men revelou-se como um grande filme. Tema: a ascensão política e progressiva degenerescência de um político idealista e demagogo. Está lá tudo, bem contado e melhor filmado - a ambição, a generosidade, o comprometimento com o bem comum, o voluntarismo, a coragem, os truques, a insídia, a inveja e o ciúme, a insinuação, as guerras de influência, a corrupção moral e material, o conservadorismo do sistema e a mudança de gerações, a resistência do establishment perante o parvenu, o papel do sexo, as traições passionais ou apenas frias e cerebrais, a pressão e suas vítimas, os segredos, os podres, os esqueletos no armário, a violência física e emocional, os que se encostam e os que combatem. No belo cenário da Louisiana e New Orleans dos anos 50. E no meio disto tudo e de um elenco de luxo, está um Sean Penn indomável e memorável. É uma sequela. Alguma crítica tem dito que esta versão compara mal com a de 1949. Não sei, só vi esta. E recomendo vivamente.
Nuno, vou seguir a tua recomendação. Li a crítica ao Dália Negra e não tinha ficado com a ideia de ser tão mau. Poupaste-me dois bilhetes! :) E agora vou pegar na moto para ir a Coimbra passar o fds. Sempre são 200km a passear! Abraço
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