THE LAST KING OF SCOTLAND: Idi Amin Dada, ditador sanguinário do Uganda, era um apaixonado pela Escócia. No seu delírio anti-inglês, o homem que em 1971 tinha chegado ao poder muito graças ao apoio dos serviços secretos britânicos, chegou a enviar em 1974 uma carta à Raínha de Inglaterra em que afirmava: "Boa parte dos povo escocês já me considera 'rei dos escoceses'. Eu sou o primeiro homem a pedir ao governo britânico o fim da opressão na Escócia. Se os escoceses quiserem que eu seja o seu rei, eu serei". Apresentava-se frequentemente em público vestido com um kilt. No final deste filme passam algumas imagens reais do seu consulado: a mais surrealista é a do desfile de um batalhão do exército ugandiano vestido em trajes escoceses e tocando gaita de foles. Esta paixão pela Escócia fornece a base do argumento do filme: uma amizade entre um jovem médico escocês e Idi Amin. A proximidade entre os dois desenvolve-se a ponto de o médio se tornar um dos seus principais colaboradores. Demorará a aperceber-se da crueldade de um regime de terror. Baseado em eventos reais, o filme vive sobretudo do desempenho de Forrest Whitaker, sério candidato ao Óscar pela brilhante composição de um ditador paranóico e louco. É um filme duro e violento. Pelo vívido contraste entre a vida do ditador, em fausto e conforto, e a pobreza e misérias generalizadas. Pela impressiva demonstração de que na África dos anos 70 os únicos argumentos políticos eram a força e a carnificina. Das duas horas e meia de filme, ressalta que Idi Amin, como em muitos outros casos africanos, antes de ser o brutal ditador que foi, era um simples e eficaz demagogo (que chega a encantar o "oportunisticamente" distraído médico escocês). Enfim, mais um libertador.
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