AURAS: " A aura de viver no intervalo das coisas que podem definir-se " faz-nos sorrir, escrevia Fernando Pessoa, a propósito do autor de "Sácha", no oitavo número da Contemporânea ( 1923). É uma fabulosa descrição do rosto do filho que dorme, depois de lhe termos contado uma história; mas também do rosto do filho, descansadamente inerte, antes de o vestirmos para a última despedida. É a definição de um intervalo terrível.
Os momentos tristes não têm intervalo, assim o creio. Perder alguém muito querido é um terrivel "intervalo" que permanece na nossa alma para sempre: o vazio de quem ficou sereno para sempre.A imagem desses que partem de entre nós é que nos agita a memória: a angústia, a ausência, a saudade... Um post triste mas agita-me a alma...
Quando a distância é interminável, não vale a pena pensar em partida ou chegada... vamos dourar a caminhada, permitir que abarque tudo o que jamais se encontrará nesse "terrível intervalo"...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.