FALÁCIA ATRÁS DE FALÁCIA: Um grupo de médicos e outros profissionais da saúde apresentou-se à comunicação social apelidando-se pomposamente de "Médicos pela Escolha" e defendendo a despenalização do aborto. Diziam-se dispostos a combater "os enganos" com a sua "experiência científica de profissionais" do sector e pretendiam contrariar a ideia de que o sim ao aborto fosse contra o código deontológico dos profissionais da saúde.
Dissecada a notícia, tentou-se verificar se no discurso dos pretensos cientistas haveria alguma novidade científica que nos fizesse acreditar que não haveria vida intra-uterina naquele período de dez semanas. Debalde. Nem tocaram no assunto. Arrogarem-se da sua experiência científica para combater os enganos foi uma mera tentativa de enganar os jornalistas e a população em geral.
Ensaiou-se depois perceber porque estranho motivo a defesa do aborto livre até às dez semanas não era contra o código deontológico dos profissionais da saúde, mas também não houve sucesso. Devem ter-se enganado (não quero crer que pretendessem enganar-nos duas vezes...): o que os cientistas queriam dizer era que o actual código deontológico, na sua opinião, estava desactualizado e que não reflectia o "sentir e o pensar" de muitos deles. Bendito código deontológico...
Acabaram por só conseguir justificar a sua posição favorável ao aborto livre com recurso à clássica ideia de que isso acabaria com o aborto clandestino, que é a rainha das falácias. O aborto clandestino continuará a existir sempre que quem queira abortar não pretenda fazê-lo às claras e à vista de toda a gente em estabelecimento de saúde legalmente autorizado ou o aborto se faça depois das dez semanas. Outro engano, portanto. Que raio de experiência científica, a destes senhores.
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