ISTO NÃO VAI COM CABOS, É SÓ A CHICOTE! Uma das empresas de cujos serviços os portugueses mais se queixam entendeu por bem promover uma campanha promocional a um tempo original, bizarra e execrável. É constituída por uns bilhetinhos ou notas através das quais as mulheres avisam os maridos de que foram viver com outro porque os primeiros não adquiriram os serviços da dita empresa, ou onde se queixam de que por 15 euros poderiam ter sido felizes (depreendendo-se que não são ou que se encontram separados porque os maridos não subscreveram os tais serviços). Existem também outros anúncios onde as filhas adolescentes comunicam aos pais que vão abandonar o lar porque eles não contrataram os serviços e garotos imbecis a avisarem que vão "bazar" de casa pelo mesmo motivo. Numa altura em que a família já é posta em crise por tantas causas - e com tanto prejuízo para as crianças -, é completamente inconcebível que venha agora uma empresa promover os seus produtos e serviços pueris e fúteis sobrepondo-os aos valores da família. No singular entendimento dessa empresa, os serviços que presta são suficientes para pôr em causa os valores e laços familiares: as mulheres separam-se porque os maridos não os compram, os filhos fogem de casa porque os pais não os subscrevem. Está tudo invertido. Acontece que, mais do que os seus serviços, a empresa de que falo promove antes a fragilidade dos laços familiares, considerando-os inferiores aos frívolos e levianos (e, invariavelmente, maus) serviços que presta.
Se a ideia se vulgariza, não tarda nada que se sucedam novas propostas, sugerindo-se desde já as seguintes: - Se não me compras o Pinder Beleza atiro-me da varanda do décimo andar (e aviso que o gato já foi, devidamente atado à travessa da Companhia das Índias, para demonstrar que estou a sério); - Ou me dás o último Play-Nobile ou desligo a máquina de oxigénio da avó! - Por vinte euros a avó ainda estaria connosco ligada à máquina de oxigénio; - Fujo com o padeiro se não me compras o último BWM descapotável! - Corto os pulsos se não me ofereceres o Aidu A3 TDI. - Bazo de casa com as pratas se não me aumentas a semanada! E deixo o gás ligado e velas acesas na sala. - Viste as tuas gravatinhas todas cortadas? Tivesses-me deixado ir ao cinema e à discoteca. - Queres o teu carrinho sem riscos? ? Empresta-mo. - Se não me deixas drogar, fumar, beber e deixar a escola, desando daqui.
- Não nos pões a TBêCabo? - Encho-te de porrada, ó cota, e esfrangalho o puto girila, que me anda sempre a dar seca, digo à mãe que te metes com a vizinha e à polícia com a mana, e parto-te os vidros de casa à pedrada, ó velhadas, logo depois de te ter furado os pneus do carro e mandado por ti mails ao teu chefe a insultar o gajo e a dizer que estás a ficar doido!
Há por aí tanta autoridade, alta e baixa, e não há ninguém que ponha cobro a este tipo de publicidade?
Por mais que concorde com a condenação de um tão frívolo comportamento por parte da TVCABO a forma como o faz recorda-me o estilo do Diácono Remédios. Não havia necessidade...
...outro modo de ver a coisa VLX: acho que "cabo"seguindo a msg da publicidade estaria ajudando muitas pessoas inteligentes e descentes a descobrir a porcaria de familia que possuem....ou seja...não é um alivio ficar livre deste bando de idiotas que desejam tao ferranhamente o tal "cabo"? E tudo isto sem ter que recorrer a advogados? Ah como seria bom se na vida real fosse tão facil ficar livre da estupidez humana...
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