PORTAGENS: Ainda hoje me ria com amigos pelo facto daquela pessoa que ontem buzinava em Lisboa, na ponte sobre o Rio Tejo, contra o aumento de 50$00 (25 cêntimos) na portagem, se preparar hoje, nas vestes de Primeiro-Ministro, para exigir pagamento de portagem pela passagem na ponte sobre o rio Leça, em Matosinhos, construída durante o tempo da outra senhora, há mais de 30 anos. A outra ponte para se passar este rio é móvel, está sempre a subir e a descer para passarem os barcos no porto de Leixões e prepara-se para ser encerrada durante um largo período de tempo para ser alterada (foi feita também há cerca de sessenta anos, e igualmente sem portagens). Quanto ao conflito de interesses, sempre cá deixo que vivo em Leça da Palmeira há 13 anos e que me dirijo a Matosinhos e ao Porto todos os dias, várias vezes ao dia (estamos a falar de uma distância de dois ou três quilómetros, se tanto). Por outra via, já aqui escrevi que sou a favor de portagens e sempre fui contra a peregrina ideia das scuts, mirabolante disparate inventado por este (ou, precisando, por outro) governo socialista. Mas não consigo deixar de sorrir perante esta ideia socialista de colocar portagens numa zona interurbana construída há quase quarenta anos pelo Estado Novo, acho fabuloso, de um topete incrível, de uma mentira bestial (é que já nem é colocar portagens nas sctus que se fizeram recentemente: é portajar as vias que foram feitas há uma ou duas gerações...), é simplesmente fantástico! Mas pelos vistos todos acham muito natural, o que também é fabuloso. Que em Lisboa se estejam nas tintas para o que acontece no Norte, já estávamos habituados (eles vêem-nos pelo Google Earth); que cá ninguém se indigne já não é natural.
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