VOU ALI E JÁ VENHO: José Manuel Fernandes escreve hoje no "Público" que Milton Friedman "era de esquerda nos costumes " e dá como exemplo a defesa da liberalização das drogas proposta pelo economista. O que JMF não diz - porque não sabe ou porque não quer - é que Friedman também defendia que, após a tal liberalização, o Estado não deveria gastar nem mais um dólar no tratamento de drogados. Se isto é ser de esquerda nos costumes não imagino o que seja ser de direita.
Há grande dificuldade em conceptualizar o liberalismo como equidistante da esquerda ou a direita (estou a pensar naquele gráfico onde no eixo das abcissas se encontram a esquerda e a direita, no das coordenadas o liberalismo e o autoritarismo). A direita serve-se do liberalismo para justificar a desregulação económica e a esquerda a social. Verdadeiros liberais há poucos.
Também é verdade que o liberalismo presente nos blogues portugueses aparenta estar refém da direita, quem chegar pela primeira vez ao blasfemias ou ao insurgente pode muito bem tomá-los por blogues conservadores, dependendo das ultimas entradas.
Bom tema, esse do post. E o comentário do antónio idem. Creio que a dicotomia esquerda/direita teve sempre deficiente adaptação no mundo anglo-saxónico. Ora sendo o liberalismo um produto típico dessa cultura (com deficientes adaptações "ao resto do mundo")...
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