AO CONTRÁRIO: No outro dia defrontámo-nos com mais uma situação limite: a mulher era paranóica ou não? O contexto era delicado, envolvia crianças, questões judiciais, etc. Ao contrário do que se pensa, o delírio paranóide não é coutada do louco. Encontramo-lo, aligeirado, nas nossas relações familiares, profissionais e pessoais. Tal como o ciúme - e sua célebre escala que culmina no shakespeareano Síndroma de Otelo -, também o delírio paranóide é graduado. As formas benevolentes - comuns nas personalidades histérico-narcísicas - diluem-se no quotidiano, trazendo mais incómodo a quem as sente do que aos outros. Nos quadros severos passa-se frequentemente o contrário. Assim, aos vossos familiares , amigos e conhecidos que eventualmente sejam dados ao delírio paranóide ligeiro, ofereçam apoio, compreensão e até algum combustível: permanecerão satisfeitos e saudavelmente entretidos.
Estou de acordo com o diagnóstico e a existencia da versão "aligeirada". Mas a terapeutica de fornecer combustível parece-me no mínimo discutível. Embora reconheça que possa ser o caminho mais fácil para a satisfação momentanea do/a paciente.Estava a exceder o tempo de consulta?:)
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