FOGOS DE ARTIFÍCIO: Dizia Nietzsche, nos Escritos Sobre Retórica, que chamamos retórico, sempre com um sentido pejorativo, a alguém que utiliza constantemente artíficios ( Kuntsmittel) no discurso. A TSF e SIC ( pelo menos) têm uma retórica anti-Rui Rio assaz constante. Agora foi porque o homem trabalhou no dia 26 e, logicamente, os restantes funcionários da município idem. Fosse um autarca socialista a fazer o mesmo, num alarde de cooperação com "o esforço nacional de produção ", e outro galo cantaria. Artificiosamente.
Actualização: Ao repórter da SIC-N não ocorreu perguntar ao sindicalista que acabou de dizer que Rui Rio "convocou reformados" ( sic) para fazer a recolha de lixo no dia de Natal, como é que o autarca conseguiu esse milagre.
Tanto louvor ao Dr. Rio a propósito de tudo e de nada. Vou repetir a pergunta que costumo fazer perante tanto encómio alfacinho-efluviano: Não o querem aí em Lisboa? Eu dispensava-o. Encetem uma subscrição pública para o processo de adopção, antes que acabe de matar esta cidade com a qual cada vez menos me identifico. Agora, caro Filipe, pondo a questão ao contrário: E se Sócrates obrigasse todos a trabalhar no dia 26 contra a expectativa da maioria dos trabalhadores e fazendo alegações em prol da produtividade? Era, com certeza e no mínimo, tratado como jacobino e assassino do espírito natalício. Num país dito evoluído, ao contrário da profusão de feriados durante o ano - que seriam de todo dispensáveis -, deveria haver umas mini-férias entre o Natal e o Ano Novo, aliás como as há em países atrasados como Inglaterra ou França.
Caro André: Já há mini-férias de Natal e de Ano Novo, e não, não o queria em Lisboa porque vivo em Coimbra. Por último, não teço louvores ao dr. Rui Rio "por tudo e por nada ": já aqui escrevi sobre a personagem em termos críticos.
Caro Filipe, Por favor aceite as minhas desculpas quanto ao erro geográfico na extrapolação do local de residência. Mas gosto de mais de Lisboa e de Coimbra, onde ademais tenho família, para o querer exportar. Pelo tom, aqui fica o meu pedido de perdão (depois de relido o meu comentário). Todavia, esse homem tira-me do sério a cada intervenção.
Caro André, Nada a desculpar, o tom foi mais do que amigável e ainda por cima cobriu apenas a discussão de pontos de vista ( exceptuando o lapso geográfico que aliás nada tinha de vexatório). Um bom ano.
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