A SITUAÇÃO: Com o PCP entricheirado, o Bloco em crise surda e o CDS/PP retalhado, restaria o PSD para fazer oposição efectiva. Por diversos motivos, essa oposição efectiva não aparece: Marques Mendes não tem as costas protegidas, o comboio foi apanhado em má altura, o carisma não ajuda, a crise do CDS/PP não o estimula a fazer melhor e os analistas acham que o PS já ganhou as próximas eleições. Neste quadro, no entanto, um elemento poderá perturbar a placidez da análise. É um clássico nas ciências que estudam a influência social que a persistência de um agente inovador rende frutos: quanto mais tempo resistir, melhor se posicionará diante de uma eventual alteração conjuntural desfavorável à maioria. O problema é que as teorias e os paradigmas experimentais da psicologia social ignoram a lógica partidária: muitos dos que deveriam ajudar a suportar a lança estão interessados em quebrá-la, o velho paradigma de Moscovici não suportando a entretela do PSD. Os adversários internos de Marques Mendes apostam mais no efeito renovador em cima das próximas eleições do que na construção temporal de um bloco coeso.
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