ANO NOVO?: As pessoas que elegeram Cavaco Silva ganharam novo alento com o discurso de "Ano Novo". Foi um desempenho frontal, directo, sem floreados, condizente com a imagem rigorosa e de "corta a direito" que lhe granjearam a admiração dos seus eleitores. Esta imagem do trabalhador sério e apolítico continua a prevalecer, inspirando uma forte esperança de que o professor está de olho no Governo, de chicote na mão, garantindo que tudo entre nos eixos. No entanto, a realidade lembra-nos que também existe outro Cavaco Silva. O político, dos tabús, dos projectos pessoais e dos recados via comunicação social e que fez o que foi eleitoralmente necessário para ganhar as eleições. Qual deles teremos em 2007?
E, nessa metade, promíscua, há ainda aquela parte de provavelmente ter combinado com o primeiro-ministro, directa ou indirectamente não receber o representante dos pescadores que vinham queixar-se da morte dos seis náufragos em Alcobaça. Onde chega a política!...
Quando Cavaco quiser que vejamos a sua independência será demasiado tarde porque nos lembraremos sempre deste período cínico de namoro (salvo seja!...) com Sócrates.
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