GRANDES PORTUGUESES: Na lista dos dez finalistas aparecem Álvaro Cunhal e António de Oliveira Salazar. O primeiro é apresentado como um símbolo da luta contra o fascismo. Talvez o segundo devesse ser apresentado como um símbolo da luta contra o comunismo. E ambos como inimigos da democracia.
Na verdade - e sem mas - a única diferença entre Salazar e Cunhal é que um foi um ditador e o outro um ditador frustrado. Que tenham sido os dois portugueses mais votados mostra como a gentalha que vota nestes programinhas não faz a mais pequena ideia do que é a democracia - nem está minimamente interessada em levantar-se do sofá e lutar por ela e pelo seu país. É mais fácil telefonar num qualquer ditador de pacotilha e sonhar com o quinto império.
Para além do insólito das escolhas, o aspecto que me moveu a fazer este post prende-se com o carácter redutor das apresentações dos personagens. À apresentação de A. Cunhal como símbolo antifascista, poderia corresponder a de A.O. Salazar como símbolo anticomunista (penso que é histórico o seu horror ao comunismo).
O velho espírito tuga: não saber o que quer, ficar de bem com deus e o diabo. Afinal, quantas vezes os portugueses se combateram a si próprios? Quantas vezes fomos "colonizados". Que liberdade o povo sentiu? Que felicidade? Tá tudo doido, ainda hoje.
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