PEQUENOS GRANDES LUXOS: Seguramente que não é preciso esperar pelo fim do mês para a grande maioria das pessoas se interrogar sobre para onde irá a maior parte do seu dinheiro. Quanto ao meu, eu sei. Não é para a casa, para os carros, televisões ou hi-fi. Não é com viagens, não é nas roupas, não é sequer - ao contrário do que alguns poderiam pensar - no fabuloso Sessenta. A maior parte vai para a educação dos que me sobreviverão. Bem ou mal, melhor ou pior, gasto provavelmente mais por mês na educação privada deles do que gastaria durante toda a sua idade escolar no ensino público. Se não o fizesse, provavelmente seria rico ou teria poupanças, ou teriam eles mais roupas das marcas para as quais começam a olhar. Mas eles, por seu turno, no ensino público, seriam alvo da inacreditável estupidez de um Ministério da Educação (o maior e mais genial monumento à imbecilidade que este país conseguiu produzir nos últimos trinta anos) que promove junto de crianças a partir dos onze anos um inquérito tão imbecil como só os maiores imbecis do supremo reino dos imbecis conseguiriam idealizar. Eu não sei como é que os meus rapazes irão lidar com este sacrifício financeiro dos pais, se o irão aproveitar ou não, se vão tirar benefício dele ou não, se algum dia o irão compreender e agradecer ou não. Eu sei apenas que afastando-os da estupidez mentecapta do Ministério da Educação e dos inquéritos imbecis (estarei a repetir-me?...) a que sujeita as crianças das escolas públicas, estou a fazer-lhes bem e a protegê-los. Sabendo isto, sinto-me desde já compensado de todas as despesas e dou graças por as poder fazer e por tê-las escolhido como prioritárias.
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