TRAPALHADAS: Ainda não consegui perceber o que é o " aconselhamento obrigatório pré-aborto ". Se é uma consulta de aconselhamento, obrigatória, gostava de saber o que acontece a quem dispensar a conversinha. A mulher vai a julgamento, é proibida de abortar ou ambas as coisas? E se aceitar a conversinha apenas porque é obrigatória, que tipo de efeito julgam que isso produz para além de um enorme bocejo? A moratória de 72 horas calculo que seja uma espécie de período de reflexão. A mulher vai para casa e muda de ideias porque tem de esperar três dias? Menos mal, mas um acto médico, que eu saiba, não encontra a ética na dilação mas noutros territórios. Em suma, uma trapalhada. Se a mulher for maior de idade e mentalmente autónoma não tem de se sujeitar a este jogo da glória. É duro, mas foi isso que se votou. O resto é tentar meter o Rossio na Betesga.
No modelo alemão é assim: Leva do aconselhamentoum papel, sem o qual não consegue fazer o aborto num estabelecimento autorizado. A principal vantagem vejo na possibilidade de prevenir abortos que não são da livre decisão da mulher. No caso de menores não será infrequente... Se a ideia é lhes fazer um sermão, isso achava de facto uma perda de tempo.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.