UM LEOPARDO PAS COMME LES AUTRES: Gilles de Rais ( ou de Retz) matou, desmembrou e queimou pelo menos 143 rapazes, com idades compreendidas entre os 8 e os 14 anos. Sonhava conversar com Satanás e perseguiu o segredo da arte de fabricar as raimundinas, o pó rosado da pedra filosofal. Mandou vir de toda a França e da Itália magos e bruxos ( Prelati, Loys, António de Palermo, Jean de La Riviére) . O Diabo lá apareceu, um belo dia, mas não quis falar com Gilles. Prelati disse então que era necessário mais sangue: foi "uma hecatombe de adolescentes", nas palavras de Ribadeau Dumas. Existe ( pouca, mas existe) controvérsia sobre se Rais sodomizava ou não os rapazinhos, não existe nenhuma sobre os restantes tratos de polé: apavorar, enlouquecer, despir e matar. O bispo de Nantes, apoiado pelo Duque da Bretanha, põe fim ao reinado do príncipe do Mal em 1440. O corpo é depositado na Igreja de Notre Dame do Carmelo de Nantes. 350 anos mais tarde, outros leopardos, os revolucionários, destruirão o túmulo. Alguns, com certeza, em busca de inspiração. Bataille, Michelet, Stendhal e muitos outros escreveram sobre o senhor de Tiffauges, a psicanálise chamou-lhe um figo. Alguns autores marxistas têm, no entanto, toda a razão: fosse Gilles um simples camponês e não tinha durado tanto a indulgência eclesiástica.
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