"Considero ímpia e detestável a máxima segundo a qual , em matéria de governo, a maioria de um povo tem o direito de fazer tudo o que lhe apraz. No entanto, penso que se deve situar a origem de todos os poderes na vontade da maioria. Estarei a entrar em contradição? "
"Desejar a felicidade do povo é talvez o mais temível dos ideais políticos, porque ele acaba fatalmente por querer impor aos outros uma escala de valores superiores julgados necessários a essa felicidade. Cai-se assim na utopia e no romantismo; e, à força de querer criar o paraíso terrestre, condenamo-nos inevitavelmente ao inferno (...) querer a felicidade dos outros é demasiadas vezes forçar a sua intimidade e atentar contra a sua independência".
Karl Popper, A Sociedade Aberta e os seus Inimigos, 1962
Uma vez um ministro portugues fascista(perdão, totalitário) após o 25 de Abril teve que se refugiar no Brasil. Homem académicamente brilhante vivia, no Brasil, como um miserável vendedor... Voltou a Portugal pela mão de um Homem que, sendo um democrata convicto (na altura membro do governo socialista), soube reconhecer o mérito académico do ministro exilado e tratou de o tirar da miséria no Brasil. Regressado a Portugal e de novo professor universitário, o antigo ministro proferiu uma frase inesquecivel numa assembleia da qual fazia parte. Após se ter dito que um projecto passaria por aprovação da maioria o antigo ministro exclamou: "E se a maioria se engana!?". Talvez seja melhor ver uma maioria a decidir mal o seu futuro do que uma minoria a decidir mal o futuro da maioria!
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