A notícia de hoje foi a oposição do UNODC às salas de injecção assistida ( SIA). O sr. Costa, director-executivo, nem sempre se opôs. No Report to the Comission on Narcotics Drugs, apresentado na reunião de Viena de Março 2004, o sr. Costa expressou , uma vez mais, o seu total apoio às políticas de redução de risco sem condenar formalmente as SIA. Em meados desse mesmo ano, na International AIDS Conference, em Bangkok, disse o mesmo. Mas, e há sempre um "mas", a 10 de Novembro de 2004 o sr. Costa recebeu a visita de um secretário de Estado adjunto, o sr. Robert Charles. O que falaram não sabemos. No dia seguinte o sr. Costa enviou uma carta ao americano, na qual dizia que " efectivamente, sob a capa das boas intenções da redução de riscos muita gente trabalha para alterar a oposição mundial às drogas ". Em anos anteriores a ONU e o UNODC foram sempre favoráveis às políticas de redução de risco ? Nada que assuste o sr. Costa:
" Accordingly, and as we discussed in our meeting, we are reviewing all our statements, both printed and electronic, and will be more vigilante in the future."
Tenebroso, não? Como já perceberam, os 18 biliões de dólares que custarão, até 2010, os vários programas da ONU ( muitos em curso desde 2000) envolvendo a Drugs & AIDS War vêm quase exclusivamente dos EUA. Acontece que a administração Bush opõe-se radicalmente às políticas de reduçãode risco, mesmo aos vulgares programas de troca de seringas ( nada que tenha impedido vários estados de os aprovarem, incluindo a California de Schawrzenegger ). O sr. Costa, que acumula asneiras nas questões geopolíticas - Afeganistão à cabeça - , escorrega agora com estrondo. Felizmente ainda não conseguiu apagar diversos documentos electrónicos, como o interessantíssimo exemplar que dá pelo burocrático nome de E/INCB/2002/W.13.SS.5. Este documento é a resposta da Legal Affairs Section do UNODC, datado de 2002, às dúvidas sobre se as políticas de redução de risco contrariam as convenções de 1961, 1971 e 1988. Já aqui escrevi sobre o tema mas não me importo de regressar: mais logo à noite.
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