Por volta de 1908, Freud andava pegado com Steckel ( Gori/Hoffmann) por causa da fenomenologia da masturbação ( acção ou pulsão), mas é outro cromo da altura que ganha o prémio. I. Sadger achava que a primeira masturbação infantil é feita pela pessoa que ( primeiro ) cuida do bebé: a mãe. O que estava em causa era a desconstrução da infância, por via da qual a nossa existência se apresentava apenas como um enorme recalcamento. A libertação sexual dos anos 60 acasalou com décadas de psicanálise e promoveu a adolescência a um estado crítico. Em alguns casos, comatoso. O "fenómeno" das drogas, na juventude americana e inglesa da época, foi compreendido como uma negação do princípio do prazer imposto pelo Super-Eu social. Este mambo-jambo ajudou a enterrar a figura do pai autoritário, remetendo-o para um canto escuro da caserna. Começava o granel. A neurose da classe média não radicava na repressão sexual via autoridade paternal - como a cartilha freudiana-marxista acreditava -, a prova estando hoje à vista: por cada queca livre nasce um terapeuta sexual assoberbado de clientes. O pai zeloso e repressor ter-se-ia modernizado de qualquer maneira. A tal "neurose colectiva " teve as suas raízes nos primeiros movimentos de libertação ( finais do século XIX) que se depararam com um problema ( belíssimamente reconhecido por Oscar Wilde): afinal, entregar o comando ao departamento de baixo não resolve os problemas. Os casais de hoje, modernos e desempoeirados, não são sexualmente mais felizes do que os de ontem. São é mais livres de sofrer, o que já não é mau.
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