A maternalização do psico-útero social tem sido pouco notada pelos peritos. No entanto, se virmos bem as coisas, desde que a mulher saiu de casa, ( por volta dos anos 50 no mundo civilizado) a compreensão, o afecto e o diálogo passaram a constituir o endométrio oficial. Nos bons tempos, o pai tirano tinha a seu lado uma secretária-geral que lhe marcava as reuniões, tratava do expediente, enfim, geria os assuntos correntes. Depois a senhora emancipou-se e o adolescente passou a sofrer de angústia e de outras moléstias. Já não tinha ninguém que o mandasse fazer, passou a sofrer ( de indecisão) . Entraram os psis. Os conteúdos da cultura popular são o reflexo da maternalização : os refrões pop I love you baby , as pedagogias não-directivas, o amor ao ambiente ( extensão da casa arrumada), as novelas que escorrem amor por todos os poros, a higienização social ( perseguição ao tabaco, à caça, ao álcool) . O homem-pai já nem em casa está: agora, na melhor das hipóteses, há "companheiros". Há cerca de 15-20 anos, uma psicanalista portuense, Manuela Fleming, escreveu um livrinho sobre o assunto. Perdi-o.
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