ESQUERDA, VOLVER: Tem havido um grande alarido a propósito da vitória de Salazar no concurso televisivo e também dos anúncios de carácter xenófobo divulgados por um partido de extrema direita. Ainda bem que assim é e espero que os democratas continuem vigilantes. Numa fase em que a nossa actual democracia faliu - tendo descambado numa partidocracia em que os cidadãos não se revêem - urge reformular e aperfeiçoar essa mesma democracia e, acima de tudo, defendê-la dos extremistas cujo sucesso é propiciado pela pantanosa situação vigente. Não deixa de ser curioso, no entanto, que não se preste a mesma atenção à extrema esquerda, a qual se encontra representada no Parlamento e cujo compromisso com a democracia é mais do que duvidoso (não me venham com o "centralismo democrático", p.f.). Todos os movimentos não democráticos deverão ser combatidos, da extrema esquerda à extrema direita e sem hipocrisias ou máscaras de "combates pela liberdade" em que essa liberdade não é bem a liberdade democrática - a qual, mesmo com os seus defeitos, é a menos má - mas sim uma liberdade subjugada a um qualquer ideal colectivo, normalmente "interpretado" por uma nomenclatura iluminada e despótica. Não vale a pena trancar as janelas se a porta da frente fica escancarada.
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